Reestruturação da Gafisa envolve inovação, ESG e mercado de alta renda

Gabriela Souza / 24 de maio de 2022

Nos últimos dois anos e meio, a Gafisa vem passando por profundas transformações visando recuperar a credibilidade e a liderança construidas ao longo de quase sete décadas de história no mercado imobiliário. 

O processo que conduziu a companhia a novos patamares de eficiência, após obras interrompidas e falhas no atendimento aos clientes, foi relatado pelo CEO da construtora e incorporadora, Guilherme Benevides, em um bate-papo com Bob de Souza, CEO do CTE. A conversa estreou a Série Diálogos com a Construção, que acontecerá todas as quintas-feiras no canal do YouTube no enredes.

A nova Gafisa

Detentora de uma marca valiosa, a Gafisa passou por momentos complicados, com 17 canteiros de obras paralisados em 2018 e muitos danos à sua imagem. Nos últimos dois anos, após uma mudança societária, a empresa iniciou uma forte reestruturação, com o apoio das consultorias Bain & Company e Falconi. “Os resultados desse trabalho são percebidos em números”, comentou Benevides, revelando que a Gafisa tem, no momento, 19 empreendimentos em andamento. Além disso, depois de uma série histórica de prejuízos acumulados desde 2015, em 2021 a companhia totalizou R$ 1,6 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV), simbolizando a retomada da lucratividade. Demonstrando robustez para o mercado, recentemente a Gafisa fez a aquisição da Bait, incorporadora imobiliária que atua no segmento de alta renda no Rio de Janeiro.

Guilherme Benevides explicou que a reestruturação começou com a formação de um time de excelência e com o resgate dos valores que fizeram a Gafisa grande, como projetos sólidos, qualidade de construção, inovação e pioneirismo.  Um direcionamento importante na estratégia foi voltar-se para o segmento residencial de alta renda. Paralelamente, a empresa buscou desenvolver dois pilares: a política ESG (Environmental, Social and Governance) e a inovação. 

“Temos cada vez mais fundos que atrelam sua decisão de investimento às políticas ESG. Além disso, a tendência é que os consumidores parem de adquirir produtos que não estejam alinhados à responsabilidade social, ambiental e à governança”, disse Benevides. Segundo ele, as empresas que almejam perenidade precisam atuar com consistência nas três esferas do ESG. “Na prática, isso acontece com uma série de ações que vão da análise de impactos no entorno no momento de pensar um empreendimento, à parceria com instituições sociais e à adoção de energia renovável nos canteiros”, citou.

Inovação corporativa

Com relação à cultura de inovação, o executivo da Gafisa lembrou que as companhias inovadoras são as que têm maior valor no mercado. “Por isso, nosso primeiro grande movimento foi transformar a inovação em uma questão cultural. Na sequência, desenvolvemos um funil de inovação para capturar ideias e transformá-las em realidade. Também foi criado um comitê dedicado à gestão da inovação e que se comunica com o ecossistema de startups”, disse Benevides. 

Atualmente, há mais de vinte construtechs e proptechs trabalhando com a Gafisa desenvolvendo soluções múltiplas. Entre elas, processos e controles digitalizados para os canteiros de obras, tecnologias para mapeamento de fachadas por drones e aplicativos para reduzir fricções no relacionamento com o cliente.

Durante a conversa com Bob de Souza, Guilherme Benevides comentou que a Gafisa estuda tecnologias disruptivas, como blockchain, tokenização de ativos e metaverso, visando obter ainda mais eficiência e melhorar a interação com seus stakeholders. Ele também listou três boas práticas que, na sua visão, são determinantes para o sucesso de uma construtora e incorporadora: desenvolver a semente da inovação de dentro para fora; identificar o que já é feito internamente com relação ao ESG e aperfeiçoar essas ações; mapear a jornada do cliente.

Se você não pode assistir ao vivo o primeiro episódio do Diálogos com a Construção, não deixe de conferir a gravação do encontro clicando aqui! Está imperdível.

ator Gabriela Souza

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