O Building Information Modelling (BIM) é uma representação digital das características físicas e funcionais de uma edificação e que permite integrar, de forma sistêmica e transversal, as várias fases do ciclo de vida de uma obra com o gerenciamento de todas as informações disponíveis em projeto.
Quando bem utilizada, essa plataforma pode elevar o nível de confiabilidade dos projetos, processos de planejamento, controle de obras e operação do edifício, gerando aumento da produtividade, diminuição de custos e de riscos envolvidos.
Mais do que um conjunto de licenças de softwares, o BIM é um processo evolutivo baseado em gestão da informação e em colaboração. É justamente o grau de desenvolvimento dessa colaboração que define o nível de maturidade de uma implantação BIM.
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Níveis de maturidade BIM
Quando se fala em evolução do BIM, muitas vezes recorre-se à classificação de dimensões — 3D, 4D, 5D, 6D e 7D — que se referem à forma pela qual os tipos específicos de dados são vinculados a um modelo de informação.
Mas a maturidade do uso do BIM em uma corporação é avaliada pela forma como todos os envolvidos trocam informações digitalmente. Nesse sentido, o pesquisador australiano Bilial Succar desenvolveu uma escala composta por quatro níveis de colaboração.
O primeiro deles, chamado de Pré-BIM, consiste no uso de processos tradicionais, com CAD e plantas. Nesses casos, a maioria da informação é armazenada em documentos escritos. Sobretudo em projetos de maior complexidade, há uma grande possibilidade de existirem erros e incompatibilidades entre diferentes versões do projeto.
O nível 1 de colaboração refere-se à transição do 2D para o 3D. Nesse estágio, há pelo menos um dos projetistas trabalhando com a modelagem da informação, mas não todos. Com isso, embora haja uso do BIM, ainda não existe uma colaboração efetiva no projeto. As disciplinas ainda são tratadas separadamente e a documentação final é composta, quase sempre, por desenhos 2D. Além disso, no nível 1, ainda se adota um modelo tradicional de aquisição de projetos.
A maturidade cresce no nível 2 quando finalmente começa a existir colaboração ativa entre disciplinas e interoperabilidade por meio do formato IFC (Industry Foundation Classes), por exemplo. Para chegar a esse grau são necessárias mudanças estruturais no modelo de contratação de projetos e em processos internos.
Algumas empresas da construção civil brasileira encontram-se nesse estágio, extraindo informações do modelo para municiar diferentes etapas do ciclo de vida do projeto, incluindo o planejamento e o sequenciamento de construção (BIM 4D) e informações de custo (BIM 5D).
Colaboração máxima
No nível 3, o mais avançado de todos, a colaboração entre a equipe interna e os parceiros externos não apenas acontece plenamente, como ela se dá na nuvem. Este é o chamado BIM Conectado no qual cada parte pode acessar e modificar o modelo compartilhado. Em outras palavras, todos podem acessar e trabalhar nos mesmos documentos e modelos compartilhados, diminuindo os riscos de informações desatualizadas ao longo do processo.
Como você já sabe, o BIM é um vetor de mudança e uma solução para muitos problemas da construção. Ele também é um processo complexo e de larga extensão, que exige uma mudança no fluxo de informações e um grau de maturidade das empresas no mapeamento de seus processos internos. Por isso mesmo, a recomendação é evoluir gradativamente em pequenos passos (baby steps).
Outra boa prática é identificar em qual nível a empresa se encontra em sua jornada de implantação BIM e, principalmente, até onde pretende chegar.