Resumo do texto:
- A implantação de modos digitais na cadeia produtiva em obras deverá ser uma nova realidade;
- Migração dos escritórios de obras para o home office e preocupação de como ficaria o ambiente;
- Obras em São Paulo chegaram a atrasar em mais de um mês;
- Descobrir novas formas produtivas de trabalhar e de descomplicar processos;
- implementação de comitês de crise – ações que ajudaram a tomar medidas para suprir demandas de isolamento e cuidados com a higiene;
- A construção civil é uma força que gira a economia do país e como prova, o setor foi listado como essencial durante esta pandemia.
Ainda vivendo a pandemia do novo coronavírus, empresários têm se perguntado quais serão os impactos causados pela doença. O setor de obras, por exemplo, deve enfrentar uma nova realidade.
Para discutir o que virá de novo para profissionais e empresas da construção, um webinar foi organizado pelo canal enredes. Os convidados para este bate-papo foram: Carlos Monteiro, da Eztec, Giancarlo de Filippi, da CTE, Flávio Picchi, da Lean Institute Brasil e Antônio Zorzi, da Cyrela.
Assim como outros setores da cadeia produtiva, as obras terão uma realidade diferente, principalmente pelo fato do digital ter se mostrado como uma urgência de implantação.
Além disso, novos protocolos devem ser adotados e mudanças comportamentais devem ser observadas no âmbito da liderança.
Os impactos da pandemia na construção civil
Os convidados constataram que, logo no começo da pandemia, em meados de março, houve uma preocupação do pessoal das obras, já que o escritório estava migrando para o home office. Ninguém sabia o que deveria acontecer nos canteiros de obras – onde o pessoal fica mais exposto.
Em alguns casos, empresas tiveram pedidos de demissão vindas dos funcionários – alguns ficaram com medo de tornar-se perigoso trabalhar ou a pressão de familiares pelo afastamento.
Em algumas empresas foi possível notar um problema com remanejamento de administradores das obras que contraíram a doença ou tiveram suspeita e precisaram ser substituídos, o que causou alguns contratempos.
Sobre os atrasos em obras já em andamento, Antônio Zorzi diz que o impacto em São Paulo foi de um mês, em média, mas as construções estão andando como o planejado. Os maiores problemas puderam ser notados em lançamentos ou novos projetos.
Para Flávio Picchi, os impactos econômicos serão sentidos mais para frente, pelo fato de projetos permanecerem totalmente parados. Mas, ele também destaca que o lado bom de uma crise está em descobrir novas formas produtivas para trabalho e descomplicar processos.
Cuidados nas obras
É importante observar que grande parte da construção civil implementou comitês de crise. Essas ações ajudaram a tomar medidas para suprir demandas de isolamento e cuidados com a higiene. Algumas organizações até contratam enfermeiros nas obras como prevenção.
As novidades ao se tratar de segurança e bem-estar, é a disponibilização de táxis ou vans particulares para que os colaboradores se desloquem até o trabalho. Além disso, foram adotados sistemas de rodízios dentro dos escritórios.
Os convidados lembram que a construção civil é uma força que gira a economia do país e como prova, o setor foi listado como essencial durante esta pandemia.
A retomada pós-Covid-19
Carlos Monteiro enfatiza que, de todas as crises, saem boas oportunidades. Para ele, a tecnologia deve ser aprimorada e fazer parte de vez do setor, ainda mais com a possibilidade de acompanhar uma obra pelos meios digitais.
A adoção dessas novas tecnologias devem ser utilizadas pela cadeia da construção. São equipamentos e informações acessíveis para todas as empresas – não só para as grandes.
A retomada dos negócios pós-Covid-19 tende a carregar mudanças, como a qualidade da higiene e novos hábitos, segundo os convidados.
Giancarlo, alerta para adequações que as organizações estejam suscetíveis, como a implantação da cultura de gestão de riscos. “Um evento desses, avassalador, deve fazer com que as empresas se preparem mais”, disse.
Além da transformação digital comentada por todos, Antônio lembra que costumes devem ser mudados, como a adoção de reuniões on-line. Ele explica que para uma reunião presencial, problemas com o trânsito e até a volta para casa, são extintos com a tecnologia.
O sistema home office deve ser mais forte nas empresas daqui para frente. O que esperava ser “traumático”, foi tranquilamente implementado. Esse remanejamento deve liberar espaços nos escritórios, levando a uma diminuição de gastos.
A comunicação também será sem dúvidas mais rápida e efetiva, provada desde agora.
O que esperar do fim de tudo isso ainda é incerto. Algumas questões são difíceis de serem respondidas. Mas, Roberto afirma que a pandemia é uma aceleradora da inovação e as empresas devem aproveitar esse momento como uma oportunidade criativa para o crescimento.