Novas tecnologias e produtividade na construção civil
Gabriela Souza/3 de outubro de 2019
Nos EUA e na China, empresas que investem em inovação têm apresentado ganhos em produtividade
Construir mais em menor tempo, com custos previsíveis, sem comprometer a qualidade e a sustentabilidade ainda é um desafio gigante para a construção civil. Cada dia mais, as inúmeras inovações que surgem vêm fomentando a modernização do setor e exigindo às empresas de toda a cadeia da indústria a se adequarem à nova realidade. Afinal, como já mencionamos aqui no blog, estar sintonizado com a inovação traz benefícios significativos, como aumento de produtividade, redução de custo, aumento de qualidade, confiabilidade e, principalmente a sobrevivência da empresa.
Mas à medida que crescem essas exigências, as empresas estão transformando a maneira como os projetos são planejados e executados. Segundo a McKinsey & Company, o investimento em tecnologia da construção dobrou na última década. As companhias mais inovadoras estão integrando a tecnologia em seus processos diários, procurando parceiros que ofereçam ferramentas intuitivas e modernas para permanecerem competitivas e aumentar a receita.
Em diversos países, a tecnologia já é a principal aliada do setor. O uso de ferramentas e materiais como softwares ERP, BIM, Big Data, concreto industrializado, entre outros, tem proporcionado redução de custos, controles mais eficientes e acompanhamento de processos que envolvem diversas equipes, etapas, logísticas e fornecedores.
ESTADOS UNIDOS
A construção industrializada do concreto está cada vez mais incorporada à engenharia e à arquitetura norte-americana. O edifício-garagem da Universidade de Sacramento, na Califórnia utilizou elementos de concreto feitos em impressoras 3D e, das 15.163 peças usadas na construção, 9.074 usaram a tecnologia 3D. Isso encurtou a execução da obra de 24 meses para 11 meses e o projeto recebeu a certificação Gold Parksmart, do Green Building Certification Inc.
A Skanska, quinta maior empresa de construção do mundo, com foco nos mercados da região nórdica, na Europa e nos EUA, decidiu tornar-se uma companhia mais competitiva e sustentável na indústria da construção, implementando a tecnologia digital. Para isso, a empresa criou um programa chamado Digital Construction Platform (DCP), cujo papel é conectar todas as partes interessadas no escopo dos projetos e da organização. O DCP conta com diversas plataformas que ajudarão a economizar tempo e reduzir erros no projeto. Um deles é o BIM 360, que armazena e gerencia todos os dados relacionados à construção, incluindo desenhos, modelos e listas de verificação.
Com esse programa, os profissionais podem revisar desenhos 2D, modelos 3D e documentos de qualquer dispositivo, mantendo todos os envolvidos no projeto atualizados sobre as informações mais recentes. Na filial da companhia na Suécia, espera-se uma redução de 20% nos custos de construção, de 25% no tempo de construção e uma melhoria na saúde e segurança geral dos funcionários até 2023.
CHINA
O gigante asiático tem se destacado quando o assunto é investimento em tecnologias construtivas. Os últimos levantamentos mostram que a produtividade do setor aumenta cerca de 7% ao ano, apesar de ainda ser um índice baixo. O país tem investido em materiais e métodos mais eficientes, como as construções modulares. Um exemplo mais conhecido é o arranha-céu Mini Sky City, que foi construído em apenas 19 dias. O edifício possui 57 andares, 800 apartamentos e escritórios para 4.000 pessoas, além de ter estrutura à prova de terremotos. Em média, foram construídos de 2 a 3 andares por dia.
Aos poucos, aqui no Brasil, a construção se mostra mais aberta para tecnologias e maneiras diferentes de construir. As empresas que apostam nisso já começam a se destacar no mercado, por isso é preciso pensar a longo prazo: investir em equipamentos mais tecnológicos não trará resultados para a sua empresa da noite para o dia. Mas em poucos meses, será possível notar os projetos sendo entregues em prazos menores e as atividades fluindo melhor no canteiros de obras, garantindo processos mais ágeis e altos índices de produtividade.
MISSÃO CHINA
Nos últimos anos, empresas chinesas passaram a investir pesado em inovação e o país se transformou numa das maiores potências tecnológicas do planeta em diversos setores. Logo, conhecer os processos de inovação que fazem da China essa potência tecnológica é vital para a competitividade das empresas brasileiras. Pensando nisso, no dia 12/10, a Rede Construção Digital realizará a Missão China, uma grande oportunidade para aprender novas formas de criar negócios, estabelecer parcerias e conhecer exemplos práticos com as empresas que estão transformando o setor da construção civil.
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