Inovação e novas tecnologias na indústria da construção

Gabriela Souza / 2 de setembro de 2019

Veja algumas soluções e técnicas que já são realidade pelo mundo 

Aumentar a eficiência e a produtividade, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente. Estes são alguns dos principais objetivos das empresas que investem cada vez mais em tecnologias de ponta antecipando soluções inovadoras e, assim, se destacando em um mercado tão competitivo. Não há outra saída: a inovação chegou para ficar, a transformação digital está mudando a realidade de diversos setores pelo mundo e a construção civil precisa correr para não ficar para trás. 

A área é uma das que enfrentam uma série de desafios, principalmente em relação à produtividade. Mesmo representando 10% do PIB global, a construção civil ainda aparece como o segundo pior em termos de adoção de tecnologias digitais. Segundo a Boston Consulting Group, a simples adoção de tecnologias já existentes fará o segmento economizar US$ 1,2 trilhão nas fases de projeto e US$ 500 bilhões na fase de operações, em custos anuais para projetos não residenciais. 

Com o passar dos anos, a construção civil adotou pequenas inovações incrementais, mas ainda é necessário fortalecer um movimento de modernização dos processos e o uso de tecnologias disruptivas na cadeia de produção. O Instituto Global McKinsey estima que o mundo precisará gastar US$ 57 trilhões em infraestrutura até 2030 para acompanhar o crescimento do PIB global. Ou seja, a indústria da construção precisa identificar soluções para transformar a produtividade e a entrega de projetos por meio de novas tecnologias e práticas aprimoradas. 

O que as empresas de construção gastam com TI?

As empresas gastaram em 2018 quase o mesmo percentual de receita em tecnologia que 2017, segundo levantamento do 7th Annual Construction Technology Report. Os dados apontam que a construção ainda está atrasada em relação a todos os outros setores, apesar das previsões de aumento nos gastos com TI.  

Fonte: 7th Annual Construction Technology Report

Um exemplo dessa realidade é a utilização do Building Information Modeling (BIM). O relatório mostra que a aplicação do processo ainda não é uma prioridade no setor. Metade das empresas de construção pesquisadas possui funcionários que trabalham com este processo, seja um departamento ou recurso compartilhado. Entretanto, o número de empresas que não possuem projetos envolvendo BIM permanece o mesmo de 2017. 

Fonte: 7th Annual Construction Technology Report

Inovações pelo mundo

As novas tecnologias têm um potencial imenso para melhorar os processos e os projetos das empresas do setor da construção. Além do BIM, o uso do Big Data, inteligência artificial, drones e IoT começa a ser uma realidade na na indústria e tem gerado queda dos custos das construções. Pelo mundo, muitas obras se destacam por trazer características que inspiram grandes avanços e ditam novos rumos para o segmento como um todo. 

Veja a seguir algumas empresas, obras e abordagens inovadoras que podem ajudar a extrair lições e promover a adoção de novas ferramentas, tecnologias, processos e modelos de negócios.

The Edge

O prédio que fica em Amsterdã (Holanda) está entre os prédios mais sustentáveis do mundo, com uma pontuação de 98,36% no sistema BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method). A construção conta com painéis solares que geram energia suficiente para carregar baterias dos smartphones, tablets e carros elétricos dos funcionários. Além disso, o projeto destaca-se pela utilização de tecnologias avançadas de análise de dados, como big data e internet das coisas – para otimizar os recursos energéticos do prédio. Confira aqui outros detalhes deste projeto.

Moladi

O Moladi Construction System é um sistema que contribui para atender uma demanda cada vez maior por projetos mais rápidos e mais acessíveis. Nesse método, moldes plásticos (reciclados) são utilizados para fazer toda a estrutura da construção. A construção clássica de tijolo e argamassa são substituídas por cofragens plásticas leves que, após as janelas, as portas e os sistemas de eletricidade e encanação serem instalados, são preenchidas com um concreto de secagem rápida. Além disso, o Moladi permite que o processo de construção seja mais rápido e barato. O tribunal de Kibaha, na Tanzânia, foi construído dessa forma e ficou pronto em apenas 06 meses, custando apenas 250 dólares por metro quadrado – metade do que custaria se fosse feito do método convencional. Clique aqui e saiba mais.

MX3D

A startup de tecnologia holandesa desenvolveu uma plataforma de software de fabricação de aditivos robóticos “plug & print” e impressão 3D. Usando a tecnologia de fabricação de arco de arame metálico, a startup se aventurou em seu principal projeto, “The Bridge”, uma ponte de aço feita a partir da impressão 3D para demonstrar o potencial da tecnologia, atrair a atenção dos clientes e desenvolver a cadeia de suprimentos necessária. Saiba mais sobre o projeto aqui.

Burj Khalifa

O edifício mais alto do mundo, nos Emirados Árabes, contou com uma mistura especial de concreto que pôde ser bombeada a uma altura de 600 metros. Ao todo, foram usados 330 mil m³ de concreto e 31.4 mil toneladas de aço. A fórmula especialmente elaborada para essa construção permitiu que o concreto pudesse ser trabalhado por mais de 3 horas e endurecendo rapidamente depois. Assim, foi possível um tempo de construção mais curto e uma vida útil mais longa ao edifício, tornando-o mais sustentável. Além disso, o prédio foi planejado para suportar variações climáticas: foram adicionados materiais isolantes processados em calor ao plástico e à madeira – o que os impede de perderem a cor, também prevenindo que encolham e rachem devido à temperatura que pode chegar a 50ºC durante o verão. Leia aqui outros detalhes da obra.

ator Gabriela Souza

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