Industrialização da construção: o que deve mudar pós-pandemia
Gabriela Souza/15 de setembro de 2020
Resumo do texto:
Mesmo em crise, empresários do setor repararam na força da construção civil, que deve sair com estímulos desse período;
Industrialização nas obras proporciona mais controle e diminuição de resíduos;
Empresas sem tecnologia no escopo, perderão espaço no mercado;
Diante de uma crise é que nascem as grandes ideias e as pessoas se tornam mais criativas;
A Covid-19 marcou pessoas e empresas. Novas estratégias vêm sendo tomadas para que organizações continuem vivas. A industrialização da construção, por exemplo, toma novos formatos a partir desse momento.
Em mais um webinar promovido pelo enredes, o tema discutido foi a industrialização na construção em tempos de coronavírus. Os convidados para esta conversa foram: Flávio Vidal, da MRV, Ricardo Mateus, do Brasil ao Cubo, Everaldo Ramalho, da BN engenharia e Caio Bonatto, da Tecverd.
Empresários têm notado que a construção civil deve sair forte desta crise. Os motivos que os levam a esse pensamento, é de que sempre haverá carência de moradias, sendo essa uma necessidade fundamental. A industrialização tem se mostrado importante para que o setor continue crescendo, gerando diminuição de custos e eficiência nas obras.
Digitalização e industrialização das empresas
Um dos benefícios da industrialização nas obras, além de fazer mais com menos, é poder ter controle (do canteiro de obras) à distância, graças à tecnologia e digitalização das empresas.
Uma pessoa hoje pode gerir mais de um projeto ao mesmo tempo, com a mesma qualidade esperada. As empresas que não tiverem a tecnologia como pauta em seus negócios, vão começar a perder espaço.
Aliás, essa tecnologia notável e crescente no setor, permite enxugar processos e aumentar a eficiência, mesmo em home office – medida já adotada pelas empresas da construção civil no início da pandemia.
Esse não é um período de estagnar, deixar de adotar ações ou tentar somente segurar o caixa, que aliás, pode levar ao esvaziamento dele. Períodos de crise pedem que organizações se movimentem e busquem ações rápidas e qualificadas.
Fábio, defende que esse é o momento de procurar diversificar o catálogo de serviços e produtos, com novas ferramentas e atender ao público de ponta a ponta. Organizações precisam mostrar eficiência nessa busca de qualidade e satisfação do cliente.
O que se espera da industrialização pós-pandemia
Industrialização pode ser vista como um processo de agilidade, menores gastos e qualidade, segundo os empresários que participaram do webinar. O processo de fazer mais com menos, não significa tirar empregos, mas qualificar a mão de obra, acelerar procedimentos e torná-los eficientes.
No caso da construção civil, com custos reduzidos através da produtividade com construções modulares, por exemplo, é possível viabilizar edificações com preços melhores.
A construção modular, diferente da tradicional, leva até o consumidor a obra pronta, conseguindo reduzir custos operacionais por meio da industrialização. A ideia é tirar esforço do canteiro de obras e levar para a indústria. Ou seja, uma edificação completa e “fatiada” do galpão para a obra.
Isso serve para mostrar que as empresas estão se moldando a novos negócios e situações adversas. No entanto, o profissional também deve ser levado a uma experiência de desenvolvimento.
Como lembra Everaldo, é preciso capacitar profissionais. Eles precisam se renovar, continuar estudando e observar o que os outros fazem de melhor, “crescer pessoalmente e profissionalmente”.
Crise x Melhorias
Com um cenário de incertezas que estamos presenciando, empresários devem se unir e procurar por novas soluções ágeis, principalmente onde há carência na oferta de produtos e serviços.
Alguns costumam dizer que diante a crise é que nascem grandes ideias e as pessoas se tornam mais criativas.
O processo de industrialização na construção, aliado à essa criatividade, serve para enxergarmos também melhorias quanto a sustentabilidade no setor. Por meio desse processo, é possível utilizar menos recursos, menor demanda de energia, além de cortes no consumo de água e redução nos resíduos.
Como momento de atualização e busca pela renovação de uma organização, é preciso também novas atitudes.
Caio, deixou claro que é preciso parar de olhar o que fazíamos no passado e focar no que está à frente. “Muitas vezes é necessário deixar de ir atrás de manuais, enfrentar o futuro com novas ideias e não só com o que está nos livros”, declara.
Com novas ações, o mercado da construção civil deve sair forte e aquecido. Dessa forma, pode acontecer também que outras empresas mirem no futuro e aprendam com as dificuldades para encontrar o melhor dentro da crise.
Ser criativo, atender às necessidades e confiar que há espaço no novo real é um começo. A industrialização, por exemplo, pode fornecer processos que ajudam nessa mudança de comportamento empresarial – que certamente serão mais exigidos no futuro.
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