Com o objetivo de aproximar as empresas da cadeia da construção com o ecossistema de inovação, o CTE enredes promoveu, no dia 22 de junho, a 1ª edição do Encontro com Startups de 2021. Em uma tarde rica em networking, cerca de 140 profissionais, representantes de empresas associadas às Redes Construção Digital e Industrializada (RCDI) e Construção Sustentável (RCS), prestigiaram o evento.
Google de startups
Mediado por Roberto de Souza, CEO do CTE enredes, o Encontro teve início com apresentação de Luiz Neto, CEO da Innovation Intelligence. O empreendedor brasileiro, sediado no Vale do Silício (EUA), falou sobre os obstáculos a serem superados pelas companhias durante o processo de interação com negócios inovadores. Segundo ele, um dos grandes desafios é identificar os parceiros certos com os quais se conectar. Outras dificuldades são compreender quais são as tendências tecnológicas e como criar um processo estruturado de inovação corporativa.
Tais dores se transformaram em oportunidade para a Innovation Intelligence, que desenvolveu uma plataforma de deep learning que apoia as empresas em suas buscas por startups. “A ferramenta varre a Internet atrás de informações sobre startups em todo o mundo que atendam ao contexto da busca do usuário, oferecendo uma lista de startups ranqueadas. Ela possui, também, uma plataforma de colaboração onde é possível criar um pipeline de inovação”, contou Neto.
Corporate Venture
Na sequência, Alexandre Quinze, CEO da Trutec, discorreu sobre o caminho percorrido pela Vedacit em sua estratégia de corporate venture. “Quando iniciamos a nossa jornada de inovação em 2018, optamos pelo modelo aberto visando aprender novos modelos de negócios e contribuir com o mercado com o conhecimento da Vedacit sobre soluções e materiais para a construção”, contou ele. Em 2019, a empresa lançou o Vedacit Labs para acelerar construtechs e protechs.
“Em 2020, após perceber que o modelo de negócios digital demandaria habilidades que a Vedacit não tinha, tivemos o insight de criar a Trutec focada em desenvolver negócios digitais para transformar a construção civil”, comentou Quinze. Ele explicou que se trata de uma corporate venture independente que possui dois focos principais: promover saúde às edificações e apoiar a digitalização do varejo da construção civil.
Estímulo aos negócios inovadores
A programação do Encontro com Startups continuou com pitches de nove startups que têm soluções focadas em oferecer ganhos de produtividade, industrialização da construção e sustentabilidade. Apresentaram-se na ocasião:
- Dataland — Desenvolve plataformas SaaS de data science para apoio à incorporação, estudos de viabilidade e vocacionais. A CEO Cristina Penna contou que uma das ferramentas desenvolvidas pela empresa pode mapear restrições construtivas, aspectos de mobilidade e ocupação futura para dar suporte à avaliação de lotes.
- Growth Tech — Trabalha com automação e desintermediação de processos utilizando blockchain e smart contracts. “Fizemos os primeiros negócios imobiliários em blockchain com Cyrela, MRV e outras incorporadoras, assim como uma série de promessas de compra de venda de imóveis”, revelou o CEO Hugo Pierre. Mais recentemente, a Growth Tech começou a atuar, também, no mercado de tokenização de ativos imobiliários.
- IM Designs — Permite a visualização de ambientes internos e externos através de realidades virtual, aumentada e mista. Segundo Igor Macedo, co-fundador da IM Designs, a realidade virtual imersiva oferece uma alternativa ao modelo de venda baseado em unidades decoradas. “A MRV economizou em três anos certa de R$ 20 milhões com o uso dessa tecnologia”, disse Macedo.
- Aratau — Startup que oferece solução completa de construção modular off-site com foco no segmento residencial de médio e alto padrão em condomínios. Paulo Oliveira explicou que o produto Aratau é híbrido, composto por módulos bidimensionais e tridimensionais. “Também oferecemos uma experiência de compra disruptiva para o cliente, com o apoio de tecnologia de arquitetura imersiva para a customização do produto”, contou ele.
- Cubicset — Oferece construção modular off-site baseada em chassis metálico, madeira engenheirada e painéis pré-fabricados. “Em nossa fábrica em Mogi Mirim, SP, produzimos módulos para hotelaria, coworking, mini shoppings e lofts residenciais, sempre fugindo da linguagem metálica do contêiner”, comentou o CEO Carlos Nomura.
- Banib — Tour virtual interativo 360.º para levantamentos e vistorias de obras. “A possibilidade de fazer medições e de comparar o antes e o depois da obra, com a realização de apontamentos dentro do tour, são alguns recursos da ferramenta”, destacou Renato Rodrigues, CEO da Banib. Ele também adiantou o lançamento, em breve, de uma integração do tour 360.º com o BIM (Building Information Modeling).
- Cerensa — Plataforma de gestão e análise de sustentabilidade e de práticas ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance). Aníbal Wanderley, CEO da Cerensa, explicou que a plataforma utiliza uma estrutura de big data integrada a ERP e a bancos de dados diversos. A ferramenta se divide em módulos que tratam de indicadores e relatórios de sustentabilidade, cálculo de carbono, gestão de energia, água e efluentes, além de gestão de resíduos sólidos.
- Rhizom — Blockchain para rastreabilidade da sustentabilidade da cadeia produtiva da construção. “Um diferencial do protocolo é contar com uma camada de agentes que fazem auditorias das informações, garantindo a confiabilidade dos dados”, disse o CEO Rhizom Luciano Britto, lembrando que essa tecnologia já é utilizada para rastrear matérias-primas como cacau e café.
- Noah — Trabalha com a construção de edifícios com estruturas de madeira engenheirada. “Nossos prédios utilizam o CLT (cross laminated timber) como principal insumo. Trata-se de um produto estruturalmente muito eficiente, que permite a verticalização, rígido, leve e renovável, além de ser flexível o suficiente para ser industrializado”, pontuou Nicolaos Theodorakis, CEO da Noah.
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