EDG aponta caminhos para a construção civil crescer de forma consistente

Redação Enredes / 13 de dezembro de 2021

A indústria da construção civil tem desafios de ordem macroeconômica e setoriais importantes para serem resolvidos. Mas já sabe que para superar esses obstáculos é preciso investir em inovação, industrialização, capacitação, sustentabilidade, bem como na união de todos os elos da cadeia produtiva. Os debates que ocorreram durante o 16º Encontro de Diretores e Gestores da Construção (EDG) enfatizaram essa percepção. Realizado em formato híbrido, nos dias 17 e 18 de novembro, o encontro promovido pelo CTE e pelo enredes reuniu profissionais interessados em uma programação especialmente formatada para promover debates de impacto e para criar conexões, além de fomentar negócios.

As principais preocupações e tendências do setor permearam o evento. No primeiro dia, os debates giraram em torno do cenário econômico e das perspectivas para o mercado de construção, com a participação de Ana Castelo, economista da FGV, Ubirajara Freitas, CEO da Tegra, Rodrigo Osmo, CEO da Tenda e Sandro Gamba, executivo de negócios imobiliários no Santander. 

Castelo salientou, na ocasião, que 2022 será um ano desafiador para as empresas do setor em função da pressão inflacionária e do consequente aumento das taxas de juros. “Além disso, para avançarmos, precisamos solucionar problemas estruturais antigos, como a capacitação da mão de obra e a baixa produtividade”, reforçou a economista.

Em um contexto de profundas transformações, uma pauta que não poderia ser ignorada é o movimento ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance. “Mais do que uma onda, o ESG consiste em um movimento impulsionado por grandes gestores de capital e fundos de pensão rumo ao capitalismo de stakeholders. Trata-se de uma nova forma de pensar os negócios com transparência e comprometimento com a promoção de impactos sociais e ambientais positivos”, definiu Roberto de Souza, CEO do CTE.

As jornadas realizadas por grandes empresas do setor para desenvolver práticas ESG foram abordadas no painel mediado por Souza e que contou com a  participação de Nelson Faversani, diretor da Autonomy, Fabio Villas Boas, vice-presidente da Tecnisa, André Abuchan, CEO na Engeform e Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da Dexco.

INDUSTRIALIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

Dois vetores de transformação da indústria da construção — a industrialização e a inovação — também foram discutidas no 16º EDG.

Durante a mesa-redonda “Os Caminhos para a construção off-site no Brasil”, Everaldo Ramalho, COO na BN Engenharia, lembrou que uma obra industrializada gera 10% ou menos entulho de uma equivalente produzida por métodos convencionais. Também é possível reduzir em 50% o peso da estrutura com sistemas industrializados. Há ganhos importantes, ainda, relacionados à redução de acidentes no trabalho, visto que há menos atividades realizadas nos canteiros e os sistemas são pensados para a montagem e não para manufatura on site. “Por fim, a industrialização agrega mais qualidade, além de reduzir a equipe no canteiro e o prazo de execução”, comentou Ramalho.

Ricardo Mateus, CEO na Brasil ao Cubo, Carlos Mattar, diretor na Saint-Gobain e Ana Bastos, CEO na Urbem, também participaram do painel que abordou desde a industrialização de componentes e de painéis pré-fabricados à construção de módulos 3D.

Para encerrar a programação do EDG, o tema escolhido foi o papel da inovação e da transformação digital para a perenidade dos negócios. Executivos de grandes construtoras e de uma desenvolvedora de tecnologia mostraram como o relacionamento com startups pode impactar positivamente o setor. Eles também deram aos participantes uma série de dicas para superar desafios, como a necessidade de consolidar uma cultura de inovação internamente. 

A mesa contou com a presença de Guilherme Benevides, CEO da Gafisa, Reinaldo Sima, diretor da MRV, e Guilherme Sawaya, diretor da Cyrela, e Bruno Balbinot, CEO da Ambar Tech. “A tecnologia precisa estar conectada com os desafios do negócio”, resumiu Sima. “A área de TI saiu do backoffice para assumir mais protagonismo, se tornando estratégica”, adicionou Sawaya.

ARQUITETURA E BIBLIOTECA DA CONSTRUÇÃO

O 16º Encontro de Diretores e Gestores da Construção dedicou um módulo de sua programação para reflexão sobre o cenário econômico, os desafios e as perspectivas para um grupo de profissionais fundamental para o sucesso da cadeia da construção: os arquitetos. Com curadoria de Sandra Leise, CEO do Cidad3, foram promovidas rodas de conversa sobre o desenvolvimento urbano sustentável, as perspectivas da arquitetura global e novos modelos de negócios na arquitetura.

Valendo-se dos recursos oferecidos pelas plataformas digitais, o EDG ofereceu aos seus participantes, além das palestras, conteúdos extras. Entre eles, a Biblioteca EDG, com farto material técnico e palestras para acesso on demand. Outra iniciativa bem-sucedida foi o Arquitetura BR+, espaço para visualizar e baixar informações sobre projetos emblemáticos que valorizam a arquitetura nacional. 

“O EDG se renovou e apresentou os caminhos para o futuro por intermédio de uma plataforma digital rica em conteúdos”, disse Roberto de Souza. Para o CEO do CTE, “o momento é de evolução técnica setorial e, nesse sentido, o aculturamento é fundamental”.

Ciente da responsabilidade de gerar impacto positivo na sociedade, o 16º EDG destinou metade do valor de cada ingresso adquirido para o evento ao Instituto Favela da Paz. A organização atende famílias vulneráveis, afetadas economicamente pela pandemia do Covid-19 na zona sul de São Paulo.

O 16º EDG contou com o patrocínio das seguintes empresas: Ambar, Atix, Autodesk, Banib, Cidade3, Dexco, Ecoquest, Hilti, Kingspan Isoeste, Knauf, LG Business Solutions, Obras Online, Prevision, Saint-Gobain, STO, Tigre ADS, TKE Elevator, Urbem, Viapol, CTE e enredes.

Fique atento às atualizações deste blog. Em breve traremos matérias específicas sobre diversos temas abordados no EDG.

ator Redação Enredes

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