Diálogos com a Construção: Ambar mostra como pretende levar a construção civil à era da manufatura

Gabriela Souza / 7 de junho de 2022

Com soluções inovadoras e uma nova forma de trabalhar, as construtechs têm criado oportunidades importantes para o aumento da produtividade na construção civil. Esse movimento foi abordado no segundo episódio da série Diálogos com a Construção, realizado no dia 12 de maio no canal do enredes no YouTube. Durante o programa, Bob de Souza, CEO do CTE, recebeu Bruno Balbinot, CEO da Ambar, que contou como vem sendo a jornada da empresa, que nasceu como startup em 2013 e se transformou em um importante player do setor.

INDUSTRIALIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

Com mais de 500 clientes espalhados pelo país e presente em mais de duas mil obras, a Ambar trabalha para levar o setor da construção à era da manufatura. Para isso, desenvolveu uma suíte de soluções focada em industrialização e em digitalização para permitir aos canteiros operar com mais eficiência, de forma semelhante ao que acontece nas linhas de montagens industriais.

Para compor o seu portfólio de soluções, a Ambar vem fazendo  movimentos contundentes, como a inauguração de um novo Centro Operacional em São Carlos (SP) com mais de 15 mil m², e a aquisição de outras marcas identificadas com inovação. Esse foi o caso da Polar, que produz componentes para instalações de infraestrutura elétrica, hidráulica e climatização, e da Autodoc, que desenvolve softwares as a service para a construção. “Com cerca de 500 colaboradores, a Ambar é hoje 1% do que pretender ser nos próximos dez anos”, avisou Balbinot.

COMO AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL?

O otimismo do CEO da Ambar se apoia em dois fatos principais. O primeiro é a enorme necessidade das construtoras e incorporadoras brasileiras elevarem eficiência. A baixa produtividade é uma das grandes fragilidades do setor e se torna ainda mais preocupante em um contexto como o atual de inflação.

“Além disso, a construção tem um fundamento de demanda espetacular. Somado ao enorme deficit habitacional existente, a dinâmica social de formação de famílias roda independente do desempenho da economia. A cada ano são 1 milhão de famílias se formando, gerando oportunidades fenomenais”, disse Bruno Balbinot.

Quando se trata de produtividade e eficiência, a indústria automobilística é uma referência. No caso da Ambar, inclusive, seus fundadores carregam a vivência de anos de atuação nesse mercado. Contudo, Balbinot pondera ser preciso entender as particularidades da cadeia da construção. Entre elas, a baixa concentração do setor e a tradição de trabalhar projeto a projeto, reduzindo a possibilidade de agregar eficiência de escala. “Apesar dessas barreiras, é possível fazer com que essa indústria opere com uma cadeia de valor cada vez mais produtizada, seja com soluções físicas, seja com digitais”, comentou o executivo. 

Ele explicou que a Ambar está focada em atacar os principais responsáveis por perda de produtividade nas obras que são, em sua visão: a comunicação entre projetistas e canteiro, a industrialização das instalações prediais, a gestão sobre a mão de obra, e a digitalização dos processos, incluindo o controle de produção e de qualidade. “Com esse conjunto de soluções, podemos reduzir em 40% a quantidade de trabalhadores no canteiro, antecipar em 50% a etapa de acabamentos e diminuir o custo de construção em 7%”, afirmou Balbinot, lembrando que o diferencial desse combo de soluções é justamente combinar redução de mão de obra e de custo, simultaneamente. Se você não conseguiu assistir ao vivo o segundo episódio do Diálogos com a Construção, não deixe de conferir a gravação do encontro clicando aqui!

ator Gabriela Souza

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