Uma das novidades mais debatidas nos últimos tempos, a blockchain consiste em um sistema de registro de informações baseado em técnicas criptográficas. Ao funcionar como um livro-razão compartilhado e imutável, ela agiliza transações complexas sem detrimento da segurança.
Por causa dessa burocratização, espera-se que essa tecnologia revolucione as transações comerciais, de forma semelhante como a Internet transformou o acesso às informações. Mapeamento realizado pelo CTE Enredes nos ecossistemas de inovação de Israel, China e do Vale do Silício detectou que a blockchain será um dos grandes vetores de disrupção no mercado imobiliário em um futuro próximo.
Ainda que haja muito desconhecimento em torno do assunto, já é possível encontrar exemplos de empresas do setor que estão se aproveitando dessa tecnologia. A construtora e incorporadora mineira RKM Engenharia, por exemplo, encontrou na blockchain uma forma de agilizar o registro de incorporações e de reduzir custos com trâmites burocráticos. Já Rev3 Incorporadora utiliza, de forma pioneira, a blockchain para de tokenização de contrato de terrenos.
A seguir listamos algumas aplicações possíveis da blockchain para resolver dores do mercado imobiliário e da cadeia da construção. Continue conosco e vislumbre as possibilidades:
Contratos autoexecutáveis
Armazenados na blockchain, os smart contracts são escritos em códigos de computador autoexecutáveis. Assim como um contrato tradicional, eles podem definir regras e consequências, estabelecendo obrigações, benefícios e penalidades às partes envolvidas. Na relação entre construtoras e fornecedores, o smart contract pode ser programado, por exemplo, para ser pago somente após a conclusão de uma etapa pré-definida, como uma inspeção de qualidade.
“Com os smart contracts, todas as transações realizadas por indivíduos passíveis de interpretações subjetivas, erros e ilícitos podem ser substituídas por operações automáticas, transparentes, públicas, rastreáveis e confiáveis”, explica Hugo Pierre, CEO na Growth Tech.
Tokenização de ativos
Em operações de compra e venda de imóveis, a tokenização de ativos permite dividir uma unidade imobiliária em um conjunto de frações convertidas em tokens que podem ser adquiridos por pessoas diferentes. Trata-se de uma forma de pulverizar a venda e contribuir para a redução de estoque imobiliário. O fracionamento de unidades também pode ser utilizado em permutas, em negociações de distrato e em operações de garantia.
Rastreabilidade de processos e comprovação de práticas ESG
Plataformas para cadeia de suprimentos integradas à blockchain podem ser uma solução para garantir transparência aos processos de produção, venda e relacionamentos. Empresas como o Walmart, por exemplo, utilizam esse recurso para rastrear a sua rede de fornecedores. A ideia é conseguir identificar os produtores com mais facilidade em caso de algum problema.
O mesmo princípio poderia ser utilizado no mercado imobiliário para rastreabilidade da sustentabilidade de materiais de construção, bem como de produtos e processos para atendimento à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575). A blockchain seria utilizada, nesse caso, como repositório de uma série de informações, documentos e certificados para confirmar autenticidade, origem e procedência.
Permitir o pagamento com criptomoedas
A blockchain sempre esteve muito associada ao mercado de criptomoedas. Afinal, é por meio do registro imutável e compartilhado que as transações das criptomoedas são asseguradas.
No mercado imobiliário, empresas como a Gafisa, já aceitam criptomoedas para o pagamento de apartamentos. A transação para aquisição de imóvel acontece de forma simples. Primeiro o cliente sinaliza que deseja fazer o pagamento com moeda digital por um formulário de intenção. Após análise e o aceite da Gafisa, é assinado um termo e, através de uma corretora, o comprador transfere o valor para a conta da Gafisa. Ficou interessado em saber mais sobre blockchain? Então, não deixe de baixar gratuitamente o e-book “Contratos Digitais e Blockchain no Setor da Construção Civil”. A publicação aborda temas como o uso de smart contracts entre incorporadora e cliente final, a tokenização de ativos imobiliários e a aplicação da blockchain para a rastreabilidade de processos da cadeia produtiva.