Como usar Big Data na indústria da construção

Gabriela Souza / 4 de junho de 2019

RCD foca no tema Big Data e empresas analisam o valor dos dados para a indústria da construção  

Big Data, mais que uma tecnologia ou solução, é um termo que se refere, essencialmente, às enormes quantidades de informações e dados que foram gerados e armazenados no passado e que continuam sendo gerados hoje, em alta velocidade e variedade. Essas informações, tanto estruturadas como não estruturadas, podem vir de pessoas, computadores, máquinas, sensores ou qualquer outro dispositivo, e impactam diariamente as empresas em seus negócios e produção. 

Ao contrário do que se imagina, no entanto, o grande impacto do Big Data não está relacionado ao grande volume de dados gerados e disponíveis, mas ao que as organizações fazem com eles. Ou seja, o uso de Big Data é uma grande oportunidade para ativar ou melhorar vários aspectos, fases ou processos de uma organização, e deve ser analisado para obter insights que levam às melhores decisões e ações estratégicas de negócio, em todas as suas esferas. 

Por esta razão, são necessárias tecnologias inovadoras para processar, organizar e armazenar todo esse grande banco de dados, o que permitirá melhor análise e compreensão das informações para a tomada de decisões e automação de processos.

O valor dos dados para a indústria da construção

Conceitos de Big Data, tráfego e armazenamento de dados, variedade de informações e sua análise pela e na construção civil foram algumas das abordagens elencadas na última estação de trabalho das 32 empresas membros da Rede Construção Digital, realizada em 24 de maio de 2018, no espaço SP Center, na cidade de São Paulo. 

 

Duas palestras especialistas e três experiências de organizações foram apresentadas neste workshop para dar impulso às iniciativas da RCD. Anderson Soares (Prof. Doutor da UFG e Cientista chefe da Data-H Ciência de Dados e Inteligência Artificial), abordou uma nova maneira de aprendizado a partir dos dados, evidenciando que desenvolver soluções a partir de Big Data é uma tarefa difícil, mas de alto retorno. Fabio Cozman (Prof. Doutor e Pesquisador da EPUSP) comentou sobre a evolução da Inteligência Artificial e do aprendizado de máquina, afirmando que esta novaforma de inteligência e seu uso em larga escala jáé uma realidade, embora ainda falte maior capacidade de aprendizado, de compartilhamento e processamento de dados para usufruir totalmente de seus benefícios e evitar riscos, receios infundados e problemas reais sobre esta nova inteligência. 

Os cases foram comandados por Cristina Della Penna (Diretora da Neoway), que apresentou o trabalho da empresa em relação a Big Data para prospecção e inteligência para o mercado da construção, evidenciando o mundo físico e digital; por Roberto Prado (Diretor da Microsoft) , que abordou a velocidade da mudança e as tecnologias disponíveis da Microsoft para democratizar a IA, assim como o poder que a ‘nuvem’ habilita e possibilita; e por Roberta Aviz (Coordenadora Nacional de Casa e Construção do Sebrae), convidada pela RCD, que apresentou o Programa Sebrae Open Innovation, de apoio aos empreendedores e empresas para o desenvolvimento da inovação tecnológica que atendam a demandas de grandes setores produtivos do Brasil, inserindo principalmente startups e MPES neste processo de encadeamento tecnológico. 

Após essas apresentações, o debate e a dinâmica de grupo com os membros da RCD focaram nas possibilidades, através de Big Data, que permitirão melhores níveis de certeza e também previsões em vários aspectos, se for considerado, por exemplo, todo o ciclo de vida de uma edificação, desde a fase de projeto, construção, venda e operação de um edifício.  O Big Data pode ser analisado, por exemplo, para determinar o que construir e como construir, direcionar novos projetos e identificar padrões e probabilidades de riscos, determinar fases atividades de construção com precisão, monitorar níveis de desempenho, entre infinitas possibilidades. Foi ressaltado, no entanto, a grande importância de seleção e percepção das informações, uma vez que, diante de um volume de dados que se torna cada vez maior e variado, é necessário reduzi-lo a informações essenciais que indiquem realmente as preferências para análises e insights da construção. 

 

Ao final da dinâmica, oito projetos foram sugeridos pelos grupos e três foram votados pelos membros, para que sejam analisados pelo grupo de empresas da RCD criado especificamente para trabalhar o tema Big Data. Os três projetos mais votados para possíveis aplicações de Big Data no setor da construção foram: 

Big Behavior: compilar dados para levantar comportamento e perfil do cliente, atributos do empreendimento, locais e regiões para desenvolvimento de novos produtos e marketing e vendas de produtos lançados. 

Assistência Técnica: coleta e consolidação de dados para evitar falhas construtivas, acompanhar a implantação de novas tecnologias e reduzir custos no pós-obra. 

Uber dos Corretores: a partir de base de dados de imobiliárias, construtoras, empreendimentos e regiões, identificar corretores com perfil qualificado para lançamentos e vendas de empreendimentos em uma determinada região.

Veja o vídeo do workshop da Rede Construção Digital sobre Big Data:

https://youtube.com/watch?v=VhtgCZQOY3s%3Frel%3D0
ator Gabriela Souza

Notícias Relacionadas