Uma das construtechs mais disruptivas do setor, a Brasil ao Cubo ganhou destaque nos últimos dois anos com a entrega de obras com altíssimo grau de industrialização. Entre elas, destacam-se hospitais erguidos em tempo recorde em resposta à pandemia de Covid-19, a exemplo da ampliação do hospital M’Boi Mirim, em São Paulo, com 100 leitos, entregue em 33 dias.
Outro destaque é o edifício corporativo Level, em Tubarão, SC, com oito pavimentos, inteiramente em estrutura metálica, sem núcleo de concreto. Com módulos construídos com chassis de aço unidos no canteiro por aparafusamento, trata-se do primeiro edifício off-site volumétrico construído na América Latina.
Criada em 2016 para oferecer construção industrializada por meio de módulos, “a Brasil ao Cubo se posiciona como uma empresa de soluções construtivas ágeis, baseadas em pensamento modular e em comprometimento com desenvolvimento sustentável”, revelou Ricardo Matheus, CEO da empresa. Ele participou do sétimo episódio da série Diálogos com a Construção, realizado no final de junho no canal do YouTube do enredes, conduzido por Roberto de Souza, CEO do CTE.
Ao longo de sua trajetória, a Brasil ao Cubo saltou de R$ 100 mil em vendas em 2016 para mais de R$ 430 milhões em 2021. Tal desempenho despertou o interesse de grandes companhias que se tornaram sócios, como a Gerdau, em 2020, e a Dexco, em 2022. Hoje, a Brasil ao Cubo atua em quatro segmentos: infraestrutura industrial, edifícios múltiplos andares, residencial e hospitalar.
TRAJETÓRIA DE INOVAÇÃO
Em busca de competitividade financeira e logística, a Brasil ao Cubo tem adotado algumas estratégias. A primeira delas é investir em pesquisa e desenvolvimento, como contou o gerente de engenharia e P&D Murilo Mello. Ele explicou que sua área trabalha fundamentalmente na busca de soluções que tornem o sistema construtivo modular cada vez mais competitivo e sustentável, sem abdicar do desempenho. “Nos ambientes de testes em nossa fábrica, analisamos diferentes soluções que possam ajudar a atingir nossos objetivos”, disse ele.
Outra ação é manter uma fábrica central e centros de serviços mais próximos aos grandes centros consumidores. Nesses locais, o módulo é volumetrizado, incorporando toda a parte de instalações. “A ideia é verticalizar o processo e reduzir o custo de fabricação do módulo em 15% a 20%, centralizando boa parte da produção”, explicou Matheus. Ele contou que está nos planos da construtech quadruplicar o tamanho de sua fábrica em Santa Catarina, incorporando equipamentos como robôs de solda, máquinas CNC para execução de fachadas ventiladas e perfiladeiras.
“Além disso, sabemos que nossa competitividade está relacionada à qualidade dos projetos. Por isso, damos muita atenção à busca de soluções muito bem desenvolvidas e compatibilizadas com o uso do BIM”, disse Matheus. Segundo ele, todas essas ações combinadas permitirão à Brasil ao Cubo conquistar uma fatia importante do segmento residencial, com casas de alto padrão (já em comercialização) e edifícios multipavimentos de 15 andares fabricados em 60 dias e montados em um mês. “Já há engenharia e competência técnica para desenvolver um prédio de apartamentos dentro de uma fábrica, transportá-lo até o local de implantação e montá-lo por acoplagem, com máxima precisão, sem desperdícios”, continua ele.
PRODUTIVIDADE E QUALIDADE
Para o CEO da Brasil ao Cubo, a industrialização da construção civil nacional vem acontecendo gradativamente nas últimas décadas, mas foi acelerada por iniciativas como a da Tecverde (woodframe) e da própria Brasil ao Cubo, que levaram a industrialização a um novo patamar.
Ele ressalta, contudo que, embora seja positiva a existência de múltiplos players ofertando soluções industrializadas, é necessário assegurar a qualidade da entrega dos produtos. “Não queremos entregar algo que tenha aspecto de construção provisória, mas edificações com valor e desempenho”, conclui Matheus. Se você não conseguiu assistir ao vivo o sétimo episódio da série Diálogos com a Construção, não deixe de conferir a gravação do encontro clicando aqui!