Impulsionadas pelo movimento ESG (Environmental, Social and Governance) e pelo capitalismo de stakeholders, algumas empresas da Construção Civil estão se mobilizando com olhos não apenas em atingir impacto positivo, mas também em mensurar o efeito de suas práticas corporativas.
Para essas companhias que estão focadas no desenvolvimento sustentável, o Sistema B acaba sendo uma escolha natural. Essa certificação contempla estratégias para que as empresas possam atuar em prol de um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e para o planeta.
Em todo o mundo, há mais de 5300 empresas B. No Brasil são 253 companhias que usam seus negócios em prol do desenvolvimento de comunidades, da redução da pobreza e da solução de problemas climáticos. Nesse grupo está a BN Engenharia, que acabou de ser reconhecida como uma empresa B.
Fundado em 1977, o grupo Bueno Netto passou por uma reestruturação em 2011, quando foram criadas duas companhias independentes: a BN Engenharia e a Benx Incorporadora. Desde então, o braço construtor da holding vem ampliando sua atuação, atuando nos segmentos corporativo, logístico, residencial, industrial e de obras especiais.
Com 1800 colaboradores diretos e indiretos e 17 obras em andamento, a BN conquistou, em 2020, o 4º lugar no ranking Intec, que lista as maiores construtoras do país.
Jornada para certificação pelo Sistema B
Em 2007, mesmo antes da reestruturação, a construtora iniciou uma trilha para dar consistência às suas práticas de responsabilidade social, ambiental e de governança. “Começamos com a implantação de um sistema rigoroso de segurança no trabalho, seguindo de um sistema para redução de impactos ambientais. Ao mesmo tempo, fomos atrás de certificações para nossos empreendimentos e para as nossas atividades. Buscamos constantemente a evolução em nossos processos e, desde 2018, somos certificados pela ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental)”, comenta Everaldo Ramalho, COO da BN.
Ao longo desses quinze anos, a companhia desenvolveu práticas que, mais recentemente, foram agrupadas sob o guarda-chuva ESG. No campo da governança, por exemplo, foi criado um Conselho de Administração, seguido da implantação de um Código de Ética e de procedimentos de compliance. Embora seja uma empresa de capital fechado, a BN se submete à auditoria por terceira parte.
Nos canteiros, a construtora vem investindo em industrialização e em transformação digital, duas ações com estreita conexão com o ESG ao proporcionar benefícios ambientais, sociais e uma gestão mais transparente. Há, também, uma relação de colaboração e responsabilidade com demais elos da cadeia produtiva. “Pensamos na sustentabilidade a longo prazo. De pouco adianta termos lucro se, para isso, sufocamos o negócio dos empreiteiros”, exemplifica João Antônio Mattei, CEO da BN. Segundo ele, todas essas ações ESG previamente implantadas facilitaram a conquista do selo B.
A certificação pelo Sistema B se baseia em uma avaliação do impacto das operações e do modelo de negócio da empresa realizada por uma ferramenta online e gratuita. “O processo é muito rico porque nos fornece um plano de ação visando a melhoria contínua de nossos indicadores”, disse Mattei. A partir dessa análise, a construtora pode identificar pontos de melhoria que antes estavam imperceptíveis.
O Sistema B tem requisitos relacionados à governança, compliance, bem-estar dos trabalhadores, relacionamento ético com fornecedores e clientes, além de responsabilidade ambiental e social. Para conquistar o selo, a empresa deve atingir uma pontuação mínima de 80 pontos em um total de 200. No caso da BN, que contou com a consultoria do CTE ao longo de todo o processo, foram atingidos 109 pontos, ultrapassando a marca necessária para obter o reconhecimento.
O que é o Sistema B?
O Movimento Global de Empresas B foi criado em 2006 nos Estados Unidos e no Canadá para impulsionar o compromisso das companhias com práticas ambiental e socialmente responsáveis. No Brasil, o referencial está ativo desde 2012. No setor da construção, empresas como Viana e Moura Construções, Diagonal e Amata já são certificadas.
Há vários motivos que explicam o interesse das empresas por esse referencial. O primeiro deles é o fortalecimento da imagem perante o mercado. Há, também, a melhora na gestão e na governança e o diálogo mais estreito com o ESG. Outros benefícios associados são a maior atração e retenção de talentos e a oportunidade de fazer parte de uma comunidade de líderes.
O CTE oferece um programa destinado às empresas da construção interessadas em buscar a certificação no Sistema BG. Quer obter mais informações sobre esse programa? Então acesse aqui!