A implantação do sistema ESG na cadeia da construção requer engajamento das lideranças, responsabilidade corporativa e absoluta transparência na comunicação com stakeholders. Por outro lado, representa uma oportunidade para as empresas organizarem e estruturarem ações ambientais, sociais e de governança que já realizam.
“O ESG consiste em um conjunto de boas práticas de gestão aplicadas em diversas esferas. É como um grande guarda-chuva que abarca ações, muitas das quais já bastante conhecidas pelas boas empresas do setor, como atenção com a qualidade, cuidado com o trabalhador e busca pela redução de impactos ambientais”, citou o CEO do CTE, Roberto de Souza, durante o 2º webinar promovido pelo CTE enredes em 2021.
Realizado no dia 29 de abril e transmitido via Youtube, o encontro contou com a participação de líderes de quatro companhias — Tecnisa, Brookfield, Duratex e Engeform — que discorreram sobre os desafios superados ao longo do processo de adesão ao sistema ESG (environmental, social and governance).
ASSUNTO URGENTE
A mobilização das corporações em direção ao ESG se justifica principalmente após a decisão de grandes gestores de recursos e fundos de pensão de colocar a responsabilidade ambiental, social e a governança no centro de suas decisões de investimento. “Cada vez mais os investidores cobram iniciativas ESG. Eles estão preocupados, não apenas com a rentabilidade, mas com a segurança e com o impacto das suas ações”, ressaltou Hilton Rejman, vice-presidente da Brookfield.
“O interesse pelo ESG não é apenas por uma questão de consciência, mas também por uma visão de negócio. As empresas alinhadas ao ESG são vistas pelo mercado como mais confiáveis, mais lucrativas e com mais condições de se perpetuarem”, resumiu Fábio Villas-Boas, vice-presidente da Tecnisa. Segundo ele, quem não trabalhar o ESG será alijado do mercado e sofrerá uma série de barreiras de governos, de contratantes e do consumidor final. “Quando temos um rol de empresas que adotam as melhores práticas, naturalmente excluímos aquelas que não seguem essas práticas”, argumentou Villas-Boas.
POR ONDE COMEÇAR?
Há inúmeras práticas passíveis de serem integradas ao sistema ESG. Entre elas, é possível citar a busca por certificações ambientais para os empreendimentos e a elaboração de relatórios para comunicar de forma transparente as atividades e os resultados da empresa. Há, também, os programas de capacitação, alfabetização e inclusão digital dos trabalhadores, comuns em algumas construtoras, e os projetos visando ampliar a diversidade das equipes internas.
“Quando falamos em ESG, as principais tendências que identificamos são: propósito em primeiro lugar, foco no capital humano, cooperação para resolver problemas sociais e ambientais, além de transparência e ética na comunicação. Tudo isso tendo como pano de fundo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirmou Eduardo Araújo, diretor de negócios da Engeform.
Entre os três pilares que compõem o ESG, o ambiental é certamente o mais trabalhado na construção civil. Isso é consequência de uma maior consciência sobre a necessidade de minimizar os impactos das atividades, bem como das certificações ambientais, que conquistaram forte presença no Brasil.
“Isso não significa que o aspecto social e a governança possam ser deixados em segundo plano. Quando falamos no ‘S’ do ESG, não nos referimos apenas às ações voltadas para o público externo e para as comunidades do entorno, mas principalmente aos cuidados direcionados aos nossos colaboradores”, destacou Guilherme Setúbal, gerente executivo ESG da Duratex.
Segundo ele, é importante que as responsabilidades ESG se estendam também para a cadeia de suprimentos. “Precisamos de parceiros responsáveis. Não adianta o fornecedor oferecer o melhor preço, se ele não está em compliance com os nossos princípios”, disse Setúbal, reforçando que na Duratex os princípios ESG já são desenvolvidos de forma transversal.
LIÇÕES APRENDIDAS
Independentemente do porte ou do segmento de atuação, a implantação do sistema ESG requer a superação de alguns desafios, especialmente com relação à mobilização dos profissionais e aos investimentos necessários. “Para começar, é preciso montar um comitê ESG, envolver toda a companhia nesse processo e definir objetivos palpáveis”, recomendou Hilton Rejman, da Brookfield.
“Também é importante começar de forma simples, olhando para os processos internos, adequando questões trabalhistas e tributárias”, continuou Eduardo Araújo. Para o diretor da Engeform, o ESG impõe uma mudança de cultura que leva tempo e exige investimentos para acontecer. “Mas não podemos ver esse investimento inicial como empecilho, até porque esse recurso retorna lá na frente como criação de valor para a empresa”, destacou.
A equipe multidisciplinar do CTE desenvolveu soluções de consultoria capazes de auxiliar as empresas da cadeia da construção em suas jornadas ESG. Entre em contato para falarmos mais a respeito!
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